DEBATES & PALESTRAS

O "cinema de garagem" no Brasil hoje: perspectivas e desafios

Data: Segunda (21/07) às 19hs
Local: Porto Iracema das Artes (Auditório)

A partir deste século, o cinema brasileiro gerou uma série de obras audiovisuais baratas e inventivas, possibilitadas pelas tecnologias digitais, com facilidade para a produção, finalização e circulação dessas obras, muitas delas surgidas fora do eixo Rio-São Paulo. Quais são as principais características dessa cena? É possível afirmar que hoje há uma perspectiva de consolidação de um "cinema de garagem" no país? Quais são os principais desafios para o amadurecimento dessa cena?
                                            
Palestrantes:
JEAN-CLAUDE BERNARDET
ADIRLEY QUEIRÓS
(com mediação de Marcelo Ikeda)

JEAN-CLAUDE BERNARDET é um dos principais críticos da história do cinema brasileiro, professor da ECA/USP, autor de alguns dos mais importantes livros sobre o cinema brasileiro moderno, como Brasil em tempo de cinema (1967), Cineastas e imagens do povo (1985) e Historiografia Clássica do Cinema Brasileiro (1995), entre diversos outros títulos. Bernardet também é ator de dois títulos presentes na mostra: Amador, de Cristiano Burlan, e Pingo d´água, de Taciano Valério.

O cineasta ADIRLEY QUEIRÓS é um dos expoentes do atual cinema de garagem brasileiro. Desenvolveu toda a sua filmografia em torno da Ceilândia, no Distrito Federal, numa mescla entre ficção e documentário. Seu curta O Rap da Ceilândia recebeu o prêmio de melhor curta no Festival de Brasília. Seu primeiro longa-metragem A Cidade É Uma Só? foi o Melhor Filme na Mostra de Tiradentes em 2012. Branco Sai Preto Fica é seu segundo longa-metragem.

LANÇAMENTO DE LIVRO

Data: Quinta (17/07) às 18:30
Local: Cinema do Dragão (Foyer - Sala 2)

"CINECASULOFILIA" é uma coletânea de textos do blog homônimo, escrito por Marcelo Ikeda, reunidos em comemoração aos dez anos de sua criação. No blog, Ikeda desenvolve uma concepção muito particular da crítica de cinema, como uma relação afetiva que entrecruza cinema e vida. O livro abrange aspectos do cinema contemporâneo e do cinema contemporâneo brasileiro, com textos sobre realizadores e filmes de períodos diversos, combinando crítica cinematográfica, análise fílmica e história do cinema.

O livro é publicado pela Editora Substânsia, sediada em Fortaleza. Criada por Nathan Matos, Madjer de Souza Pontes e Talles Azigon, a Editora Substânsia foi idealizada com o intuito de publicar livros de autores contemporâneos, nos mais variados gêneros, e perspectivar novas condições de diálogo entre os criadores brasileiros das mais variadas artes; abrindo novas possibilidades no mercado editorial brasileiro. Mais detalhes em http://www.editorasubstansia.com.br


PALESTRAS NA VILA DAS ARTES

Local: Vila das Artes (Auditório)
Rua 24 de Maio, 1221 - Centro, Fortaleza
(85) 3252-1444

"Cinema de garagem": a dimensão do mínimo no audiovisual

15 de julho
18:30 - 21:30
Dellani Lima

Sinopse:
A palestra abordará conceitos do modo independente de produção audiovisual contemporânea, através de curtas realizados com equipamentos portáteis ou semiprofissionais. Narrativas, crônicas ou invenções a partir do que se tem e com o que se pode. O mínimo como potência do devir.

Currículo:
Dellani Lima é paraibano e formou-se nos extintos cursos de "Dramaturgia" e "Realização em Cinema e Televisão" pelo Instituto Dragão do Mar de Arte. Desde 2000, vive e trabalha em Belo Horizonte, onde realizou diversos projetos, inclusive ligados à música. Suas obras já foram incluídas em importantes mostras e festivais no Brasil e no exterior. Realizou os longas-metragens Vertigem Branca, Sociedade dos Amigos do Crime, O Sonho Segue Sua Boca, entre outros. Realizou videoclipes de importantes artistas independentes, entre os quais, Autoramas, Lê Almeida, Lucy And The Popsonics, entre outros. Atuou nos longas "Os Residentes", "Linz - quando todos os acidentes acontecem" e "Faroeste", entre outros curtas e médias. Coautor da publicação "Cinema de  Garagem: um inventário afetivo sobre o jovem cinema brasileiro do  século XXI". Performer e fundador dos projetos de intervenção musical "E Disse que Era Economista" (2007), "Madame Rrose Sélavy" (2009) e "Splishjam" (2009). Curador da Mostra Cinema de Garagem (Caixa Cultural/RJ em 2012.


Processos de criação: o caso de Bang Bang

16 de julho
18:30 - 21:30
Andrea Tonacci

Sinopse:
BANG BANG é um dos filmes paradigmáticos do chamado "cinema marginal" brasileiro, realizado na virada dos anos sessenta para os anos setenta, e selecionado para a Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes. A palestra terá como objetivo discutir o processo de realização do filme, em que rigor e improviso se combinam para produzir uma das mais originais obras do cinema brasileiro. Haverá a exibição do filme e, em seguida, palestra com o realizador Andre Tonacci.

Palestrante:
Andrea Tonacci nasceu na Itália em 1944, mudou-se para São Paulo com a família aos 11 anos. Foi um dos pioneiros na utilização do vídeo portátil no Brasil. Estreou como diretor com filmes que contribuíram para a discussão sobre a estética do cinema marginal no Brasil, como o curta-metragem Olho por olho (1965), o média Blá, blá, blá (1968) e o longa Bang-bang (1970). Apesar deste início ficcional, tem a maior parte de sua obra composta de documentários, gênero no qual se estabeleceu a partir do fim dos anos 70. Seu primeiro longa-metragem, Bang-bang, foi selecionado para a Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes e é considerado até hoje um marco do cinema marginal. Entre 1977 e 1984, realizou ampla documentação das culturas indígenas das Américas, com filmes como Conversas do Maranhão (1977), Guaranis do Espírito Santo (1979) e Os araras (1980/81). Tonacci produz, dirige e fotografa seus próprios documentários, e já realizou dezenas de títulos, entre curtas, médias e longas-metragens, captados principalmente em vídeo. Em 2013, finaliza o média "Já visto Jamais visto".

Como escrever um roteiro de garagem?


24 de julho
18:30 - 21:30
Clarissa Ramalho

Descrição:
O roteiro de um filme-de-garagem se baseia na busca pela forma de contar histórias, seja na ficção ou no documentário. O roteiro surge enquanto parte de uma estrutura na narrativa pré-estabelecida, de uma livre adaptação, ou a partir de ensaios sobre a imagem? O que determina seu filme? Quem determina o quê?

Palestrante:
Clarissa Ramalho é Roteirista, formada em comunicação social, com especialização em Documentário pela Universidad Autónoma de Barcelona. Trabalhou como roteirista e diretora em Emisoras Públicas de TV, como Rede Minas/BH e TV Brasil/RJ. Na TV Brasil desenvolveu e implantou um núcleo de “Interprogramas”, atuando na criação y roteiro de filmes de 1 min. (Fic. e Doc), exibidos na programação. Em cinema seus principais trabalhos são os roteiros dos filmes: “NATUREZA MORTA” – em desenvolvimento / “PAIXÃO E VIRTUDE” E “DJALIOH” - Fic./longa - de Ricardo Miranda / PARAÍSO UTÓPICO/Doc./longa – para TV Brasil / “IN CRESCENDO” /Doc./Curta - de Teresa Aredondo. Diretora dos curtas “JANELAS”/Fic./curta / “BONECAS DO QUILOMBO” /Doc./curta /